
O:::M:::A:::
ORDEM MARTINISTA ANCESTRAL

UMA CONCEPÇÃO DO PROCESSO INICIÁTICO
As lojas ligadas a Ordem Martinista Ancestral propõem aos seus membros duas abordagens, mística e mágica, isto é, uma interior e outra exterior. Tais abordagens preparam os verdadeiros iniciados para as vias reais da iniciação.
Neste sentido, os três primeiros graus martinistas visam três finalidades práticas:
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Retificar o membro das suas falsas personalidades para que retirando a máscara, reencontre a sua verdadeira essência luminosa, a qual sempre estará alinhada verticalmente ao foco da luz primeva.
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Após encontrar sua essência, conforme orientado no templo de Delfos na Grécia antiga (Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e seus deuses) o próximo passo será realizar o contato com os planos mais sutis do seu ser interior, realizando a denominada Conversação com o Santo Anjo Guardião. Aqui o iniciado passa a viver de forma consciente a sua primeira experiência mística diferenciada.
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Alcançando este estado místico íntimo, o iniciado passa a praticar e dominar as ciências ocultas, também chamadas de arte real (arte dos reis). São conceitos teóricos com práticas tradicionais necessárias à compreensão e criação do seu próprio universo, onde o iniciado se tornará no próprio deus.
A arte real compreende: Astrologia e Cabala; Magia e Misticismo; Teurgia e Goétia; Alquimia Espiritual e Tantra.
Portanto os primeiros graus da O::M::A:: são propedêuticos àqueles que almejam realmente tornarem-se MAGOS ou MAGAS.
RETIFICAÇÃO DA FALSA PERSONA
Em um sentido contrário ao da psicologia clássica, as técnicas iniciáticas tradicionais não sobrecarregam o membro com cristalizações mentais, as quais podem reforçar as múltiplas personalidades do ente humano. Substituir unicamente as cristalizações coercitivas por outras, mesmo aparentemente “positivas”, isto não auxilia em nada no processo de auto descobrimento e libertação dos velhos paradigmas.
Por esta razão o uso do recurso à visualização criadora e ao pensamento positivo será algo utilizado pelo iniciado martinistas num momento futuro, quando paradigmas de bem e mal forem quebrados e uma nova consciência nascer no centro do próprio iniciado. Após isto, doravante poderá prosseguir com os procedimentos de flexibilidade mental e com os demais métodos de visualização que servem para o disciplinar e criar uma nova realidade.
Portanto o objetivo primeiro de toda via iniciática (em todas as escolas) é claramente definido como consistindo em destruir o falso eu e libertar o verdadeiro da sua prisão. Por esta razão é preferível (quando se deseja seguir um caminho iniciático), sempre iniciar privilegiando a auto-observação e as técnicas de ruptura com as cristalizações psíquicas.
Para tanto, a tradição Martinista utiliza:
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- A Meditação e Reflexão Filosófica. Isto consiste na análise imparcial da verdadeira história da humanidade, algo que permitirá silenciar a mente inquiridora e seus preconceitos, bem como permitir ao iniciado identificar e compreender os processos de criação e a relatividade das crenças ou dos conceitos religiosos comumente admitidos (religião, filosofia, escolas e organizações espirituais).
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- A Introspecção e o trabalho sobre as máscaras. Isto possibilitará através do desvendar progressivo ou instantâneo de si, o desmascarar a personalidade animal e tomar consciência da essência de luz do seu próprio ser.
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- As técnicas de "Em Busca de Si" ou "Divisão dos Cinco Sentidos". Trata-se de práticas que subdividem a consciência objetivando facilitar a desidentificação como ser individual perante aos fenômenos e também um recuo ao eixo central, que muda o sentido da consciência da via horizontal para o vertical.
A PREPARAÇÃO TRADICIONAL
No seio da Ordem Martinista Ancestral a preparação tradicional segue por duas vias: mística e operativa. Quando o iniciado trabalha o seu interior simultaneamente ao exterior, ele necessariamente irá encontrar o seu próprio ponto de equilíbrio, representada na terceira coluna maçônica ou "Arco Real".
O verdadeiro iniciado, seja homem ou mulher, deve ser aquele que caminha em direção a luz equilibrando ambas as colunas, sendo ele sua própria coluna de sustentação.
Sendo assim, a O::M::A:: propõe o estudo teórico e a experiência prática das técnicas fundamentais, entre elas a concentração, a meditação, ascese, os rituais e cerimoniais, peculiares ou específicos a cada uma das duas vias.
Num segundo momento, o discípulo poderá optar em se dedicar e se aprofundar em apenas uma das duas vias, isto em harmonia com a sua própria essência, seja ela mística ou magística.
A Ordem Martinista Ancestral é uma instituição universalista que não reprime nem recrimina o gênero da via iniciática escolhido pelo membro, pois o nada é verdade e tudo é permitido.
"... Todo humano tem direito de pensar o que quiser!
Todo humano tem direito de amar quem quiser!
Todo humano tem direito de viver como quiser!
Todo humano tem direito de morrer quando quiser!
Direito de pensar, de dizer e de escrever o que quiser!
Direito de amar como e com quem quiser!
Direito de viver pela sua própria lei!
A lei é essa!
Essa é a alegria do mundo, Liberdade!
Essa é a Vontade do Deus que lhe deu Livre Arbítrio, Thelema!
Faz o que tu queres e será a nova lei!
Fazes isso e nenhum outro dirá não ...".
Sendo assim, o iniciado martinista é livre para escolher sua própria via iniciática (mística ou operativa), e também a sua própria religião (exotérica ou esotérica).
Os profanos (aqueles que ainda se encontram fora do templo) ainda acreditam numa espiritualidade encantadora e tomam este seu sonho como realidade. Já a grande maioria dos iniciados creem que a iniciação é mais beleza e mais harmonia assim como são os contos religiosos. Entretanto, na realidade, a iniciação é menos paz, menos beleza, menos ostentação, menos harmonia e menos ilusão.
Não se deve confundir e tomar as estórias religiosas como reais. Elas são ensinamentos incipientes necessários para atrair o filho pródigo a casa do pai, de onde ele inicialmente se afastou. Porém após esta primeira aproximação (resultado da aspiração de novamente reintegrar ao reino original divino, ou de ser salvo por um deus exterior), a pessoa deve ter consciência de que o universo não é tão pacífico e harmônico como sonha e que a realidade é muito mais horrenda e que o universo possui forças vandálicas terríveis, onde o forte se alimenta do fraco e um Rei submete o fraco a sua vontade imperiosa.
Mesmo nas religiões crististas, o seu Cristo somente perdoa porque ele possui o PODER para perdoar. Caso ele não possuísse poder superior algum, jamais a humanidade errante e orgulhosa clamaria o seu perdão!
Neste novo universo o iniciado é aquele que acorda para a realidade e escolhe qual posição ocupar, ou seja, um escravo das suas próprias paixões (aquele que clama pelo perdão) ou o senhor do mundo (aquele que domina as paixões e adquire poder para conceder o perdão), pois assim foi a vontade de Deus ao criar o homem original:
GÊNESIS 1:26: "Então disse Jeovah Elohim: Façamos ADAM nossa imagem semelhança.
Que ele DOMINE os animais grandes e pequenos,
os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem rente ao chão.".
OS TRABALHOS
A doutrina martinista é utilizada como elemento de formação teórica principesca. É apenas um ponto de partida para o despertar íntimo e pessoal. Por esta razão conforme o avanço dentro da ordem martinista ancestral, o iniciado perceberá que nós recorremos muitas vezes a elementos iniciáticos de outras tradições.
Os Símbolos Iniciáticos são estudados não somente no seu significado filosófico, mas também e sobretudo na sua essência esotérica, algo totalmente acima do intelecto. Portanto este estudo é acompanhado de exercícios tradicionais capazes de manifestar a GNOSE no iniciado, ou seja, a Luz Espiritual do conhecimento superior que vivifica a letra.
2 CORINTIOS 3:6 - "A letra mata, mas o espírito vivifica".
Aquele ou aquela que almeja tornar-se MAGO ou MAGA, deve compreender que a preparação iniciática é uma arte que exige do iniciado a ASCESE (Ascese são práticas e disciplinas caracterizadas pela austeridade e autocontrole do corpo e do espírito, que fortalecem a busca e o encontro da própria verdade), ou seja, exige disciplina prática, efetiva e regular.
Ser um Discípulo não é somente ter um mestre, mas aplicar na sua vida iniciática a Disciplina, isto é, seguir rigorosamente as instruções transmitidas pelo mestre ou ordem que se filiou.
As práticas e técnicas iniciáticas (divisão dos sentidos, despojamento místico, operações mágicas e teúrgicas), mesmo que não sejam bem compreendidas , são úteis e por isto mesmo necessárias para provocar o despertar do ser para dimensões do espírito (plano astral) até então desconhecidas por ele.
Dessa forma, quando o iniciado adquire poderes psíquicos (espirituais), ele comprova a sua realização interior. O verdadeiro iniciado é aquele que busca algo a mais que um título ou diploma, mas a mitológica espada "Excalibur" do Rei Arthur (poderes espirituais ou psíquicos), que será usada para conquistar a cidadela do seu próprio ser.
A Ordem Martinista Ancestral é uma das raras ordens iniciáticas que preserva e perpetua o princípio tradicional dos antigos Livres Iniciadores conforme o genuíno martinismo original.
Qualquer martinista que tenha recebido a consagração de livre iniciador tem total liberdade para criar e animar os trabalhos de uma nova ordem iniciática respeitando a tradição e os métodos de trabalho martinista.
O QUE É SER MAGO / MAGA MARTINISTA
A Ordem Martinista Ancestral é, antes de tudo:
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Um laboratório: isto é, um local para estudo, reflexão e aplicação prática dos conhecimentos esotéricos objetivando a alquimia espiritual necessária à conquista da cidadela do Ser, quando o iniciado torna-se mestre e cria a sua própria jornada iniciática.
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Uma Fraternidade: o trabalho iniciático é fundamentalmente individual e pessoal, ou seja, cada iniciado é ao mesmo tempo o autor, o diretor e o intérprete da sua própria busca. Entretanto a viagem é coletiva. Os membros possuem um objetivo comum e por isto partilham das suas experiências, criando entre si um espírito de fraternidade polarizado em direção ao objetivo comum: o DESPERTAR.
Em um grupo há a possibilidade de também espelhar nas experiências alheias visando retificar e aperfeiçoar a sua própria atitude, quando necessário e respeitando a liberdade, a autonomia e a responsabilidade de cada um.
Se o trabalho pessoal revela a cada iniciado as suas fraquezas, a solidariedade coletiva entre “Irmãos e Irmãs” fortalece o buscador e o ajuda a progredir no caminho escolhido. A realização do trabalho coletivo exclui a passividade e exige o contrário, ou seja, uma participação ativa de cada um dos membros.
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Um Graal: a ordem martinista ancestral é um receptáculo de várias linhagens iniciáticas, permitindo ao membro evoluir nos seus graus e paulatinamente adquirir as qualificações necessárias para operar vias reais no circulo interior. No circulo interno o iniciado receberá as transmissões que o capacitará com a autoridade necessária para trabalhar com as hostes angelicais e comandar as hierarquias infernais.
"... o diabo se submete ao mago e o feiticeiro se submete ao diabo..." - ELIPHAS LEVI
“Ter consciência do objetivo, identificar a matéria-prima, encontrar os instrumentos,
depois agir e criar a sua própria via, tal é a obra do Artista.”
"Descobrir a própria religião e experimentá-la, tal é razão de ser da Ordem Martinista Ancestral".
"PURIFICA-TE, INVOQUE-SE, PEÇA-TE, RECEBA-ME E AGI.
TODA A GRANDE OBRA ESTÁ NESSES CINCO VERBOS.
SABER, QUERER, OUSAR, CALAR E AMAR !"
.•.FILÓSOFO VELADO